segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A grandiosa epopeia dos siris hematófagos e seus aspirantes a inimigos, os peixes feiticeiros

Que fazem os siris hematófagos?
Passam as manhãs a observar as coisas belas da vida
-Oh, vejam essas bolhas!
Agacha, levanta, agacha, levanta, agacha- GARRAS!
Uma, duas três gotas para nossos nobres senhores!
Estão prontos para viajar em seu reino de todo o universo
Pinças a postos, pás natatórias, carapaças fortificadas
Abdômen de tanquinho e cefalotórax proeminente
Preparam suas antenas, digo, olhos, digo, antenas
-Ah, o quão complicadas são essas criaturas místicas!
Como tiveram coragem de lhes tirar as asas?
Mas não faz mal, não temam, eles - ELES! -
Os siris hematófagos,
São o milagre evolutivo da seleção natural reversa
Desprovidos de qualquer coisa que lhes seja útil,
Os grandes mestres desenvolveram suas habilidades
-Oh, vejam essas bolhas!
O espaço se dobra e deixa qualquer onda eletromagnética para trás
Einstein teria inveja de tais seres se os conhecesse
Com suas poderosas garras, os siris hematófagos,
ELES,
Dobram o espaço até suas vítimas - ou devo dizer, escolhidos?
E as esfaqueiam no hipocampo.
Incisão perfeita.
Perfeito.
Como num passo de crustáceo, eles - SIM! 
Dão suas voltinhas sensuais e se cumprimentam no cadáver.
-Oh, sim, mais uma conquista dos poderosos siris - atenção, são ELES
Hematófagos.
Quem pode ameaçar tal domínio? Vocês mal sabem o que se passa nas praias ou nos mangues
Quantos ribeirinhos foram levados por esses seres místicos? 
"Asas? Quem precisa delas? Não, nós não"
Buracos de minhoca? Não sabem de coisa alguma.
Aposto que nunca ouviram falar dos buracos de siris hematófagos!
Rudes, grosseiros, toscos! Tirem as botas para circular em seu santuário!
Agacha, levanta, agacha, levanta, agacha- GARRAS!
Não dá para perceber o que aconteceu e já é tarde, um ataque.
Quisera eu ser atacado antes por esses mestres do que aliciado por prostitutas
Muito abençoado me sentiria em seu lugar!
Que há de melhor no mundo senão ser eleito pelos siris hematófagos?
Bem no hipocampo e então...
-Oh, vejam estas bolhas, estão diferentes!
Que surge lá para ameaçar o seu domínio, meus amigos?
Seriam eles, os peixes feiticeiros? 
Com seus chapéus, varinhas, bolas de cristal, vassouras e falta de ossos,
Eles surgem para reclamar a hegemonia de todo o universo perante os poderosos - ELES!
Esguicham seus líquidos corporais em sinal de desrespeito aos crustáceos
Tolos, não medem os fins de seus atos!
Como ousam seres sem algo parecido com um crânio desafiar os suberanos do universo?
Os siris hematófagos olham por cima de seus oito ombros com seus olhos (ou antenas)
E avaliam poder de luta de seus aspirantes a inimigos
Em pouco tempo se percebem, aliás, se confirmam superiores
Então, como gesto de superioridade, por excesso de poder,
Os siris hematófagos levam os peixes feiticeiros para um passeio:
Gravitação quântica, matemática discreta, a divisão de números por zero,
Os simples buracos de minhoca e os poderosos buracos de siri,
A partícula do Deus siri, as constantes não mais ocultas...
42.
Dessa maneira, os peixes feiticeiros perceberam o quanto eram pretensiosos
Reconheceram sua pequenez diante dos mestres e deram a si um adjetivo
Chamaram-se a si próprios seres demersais e se recolheram a sua insignificância.

Que fazem os siris hematófagos?
Passam as manhãs a observar as coisas belas da vida
-Oh, vejam essas bolhas!
Agacha, levanta, agacha, levanta, agacha- GARRAS!