sábado, 24 de dezembro de 2011

Mais um dia estranho

Saltei do coletivo, agora sem moedas em meus bolsos furados e caminhei como se a vida fosse parra sempre, pensativo e distraído. Meus tênis pretos absorviam a luz solar, tostando meus pés, o que geraria bolhas mais tarde. Todos conversavam, conspiravam, apontavam, riam risos mascarados e mal intencionados, mas nenhum chamou minha atenção, estava tão perdido em meu labirinto cerebral, que meu cerebelo nada podia fazer para tornar meus passos normais. Era como se não fizesse parte desse mundo, vendo um filme, gravado por outro tipo de lentes, o meu cristalino.
Depois de percorrer uma distância não percebida, levantei a vista e foi aí que vi aquele ser com olhos do mais azul celestial, nos quais eu detestaria percebem algum traço de dor. Fez-me lembrar de memórias de minha infância, quando o céu era azul e a grama verde. Seu sorriso mexeu comigo... Tudo aquilo veio de forma tão inexplicável, gerou em mim uma paz transcendental, algo que já havia escapado de minha pessoa. Aqueles traços tão delicados combinados com uma excelente postura passaram-me uma boa primeira impressão, mas faltava conhecê-la melhor.
Andando em sua direção, sem maiores notícias do cerebelo, estava cada vez mais nervoso. Há quanto tempo não fazia isso? O suficiente para não acreditar mais em mim. Segui olhando para ela e, o mais engraçado, a garota não parecia notar minha existência. Faria alguma diferença a minha chegada? Aproximei-me de modo que pude avaliar bem sua beleza (nota dez).. E, ao passar do seu lado, continuei caminhando, não tenho ideia do motivo.
Após aquilo, minha cabeça não estava tão bem, o resto das horas foram gastas com vários "e se"S que me possuíram...
Esse é o tipo de coisa que acontece rotineiramente, não comigo, com todos. É  ver como algumas coisas vêm e vão tão facilmente sem esforço, num momento ela está aqui, no outro não, e, amanhã, pode ser você partindo. Foi apenas mais um dia estranho...Nada de diferente.

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