domingo, 1 de janeiro de 2012

Nutopia

A liberdade plena não existe no mundo concreto, essa luta é caso perdido, barulho de quem é egoísta e clama por "seus direitos de libertinagem", como um infeliz e ignorante não cidadão (depende muito do caso, claro).
Não importa por onde andes, qual o caminho que escolhestes seguir ou o que diz a constituição do seu país, sempre estarás preso aos valores morais estabelecidos pela cultura de seus antepassados, que moldou o sistema social local atual. À medida que o ser humano cresce, a ética desenvolve-se para se contrapor à moral e esse conflito rouba-lhe anos de vida, tamanho o estresse vivido nestes instantes de dúvida. Ser livre no mundo convencional é impossível, isso só ocorre em campo abstrato.
Em uma entrevista, um paraquedista respondeu à pergunta "como se sente quando está no ar" com "é incrível, dá uma grande sensação de liberdade". Pobre homem, caso ocorresse como disse, a resistência do ar,  desprezada nos exercícios de física, não se faria presente no momento de salvá-lo da morte certa. Além disso, estava preso a uma grande força, a da gravidade, responsável pelo aumento significativo da aceleração com que seu corpo descia de encontro ao chão. Por que diabos aquele homem disse isso então? Na verdade, referia-se, talvez inconscientemente,  não ao fato de estar caindo, e sim ao sentimento de paz interior e aos pensamentos que teve até puxar a cordinha da realidade.
As ações prendem-nos às suas futuras consequências, portanto cada passo significa mais elos nas correntes que te prendem ao chão. A liberdade verdadeira apenas é alcançada no campo abstrato, como disse antes, em sua mente, pois lá não há regras, é o seu mundo, o seu lugar. Ela é o nosso refúgio do mundo real, é um lugar onde podemos nos livrar das limitações físicas e sermos o que desejarmos. A realidade deixa muito a desejar..
Quando você lê meu blog, tem acesso ao meu espaço, que chamo de Nutopia. Cada um tem o seu, com o nome que preferir.

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