domingo, 26 de novembro de 2017

Elio (catinho)

Minha mãe, a Dama de Ferro, a lei, a ordem, a vontade em si, a dona da casa estava viajando, mas eu não estava só aqui, pois meu tio do Maranhão havia chegado e ficou por aqui como costumava fazer na época em que minha avó era presente neste mundo. Em um desses dias, aparece uma ninhada de cinco gatinhos em um hospital veterinário perto de casa. Por fotos, uma gata me chama atenção em específico, por algum motivo místico. Mysti. Seu nome seria Mysti. Fui lá somente para vê-la e nos demos muito bem. Minha namorada, que estagia pela clínica, mandava muitas fotos. Adotei aquela gata infinitas vezes na minha cabeça, pois meu sonho sempre foi criar gatos, embora minha mãe os detestasse. A senhora do destino não quis permitir e eu não quis "reservar" o direito de adoção, por não considerar ético. Mamãe volta de viagem, cogita adotar a gata e vai comigo para uma visita, porém, alguém havia reservado a gatinha. Triste, muito triste. Sempre quis criar gatos, mas, como aquela gata me fez insistir com minha mãe incansavelmente, o que faria agora? Qualquer outro gato não seria Mysti e ele saberia/sentiria. Acordo na manhã seguinte. "Elio", o nome do meu avô materno, pessoa muitíssimo admirada por mim. Adotaria outro um macho daquela ninhada e o chamaria Elio, porque poderia não ser Mysti, e seria um bichinho amado de uma maneira singular. Em uma nova visita ao hospital veterinário no dia seguinte, utilizei como critério de escolha a reação do gatinho em meu colo. Dúvida cruel. Não havia aquele sentimento de conexão forte entre mim e algum dos outros. Um deles tem uma fita vermelha no pescoço. Vermelho é minha cor preferida, tenho uma fita vermelha em forma de laço na minha mochila mais querida. Ele parece bastante confortável comigo, é brincalhão e vocaliza bastante. Resolvi olhar as fotos de Mysti enviadas por minha namorada e notei que, em todas as fotos que esse gatinho estava presente, ele olhava para a câmera. É ele, Elio catinho! Triste. A fita vermelha indicava outra reserva de adoção. Como lidar com outra decepção somada? Fiquei sem reação lá olhando para ele por tempo suficiente para uma atendente da loja aparecer e explicar que aquela fita significava que um gato daquela ninhada seria adotado por um auxiliar da clínica, não necessariamente aquele gatinho. Feliz. Elio tem o rabo cotó e torto - puro charme. Hoje estou muito feliz com meu gato, faz um mês e cinco dias de aprendizado e crescimento com ele. Sei que é pouco tempo, entretanto, tem sido uma experiência maravilhosa, descobri muito sobre o amor. Então, recomendo a todos que tenham um envolvimento desse tipo com um animalzinho, é algo que, definitivamente, deve ser vivido.
Elio de Albuquerque Barbosa
"Elio catinho"

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